Vivendo com um propósito
O mundo abre caminho para o homem ou para a mulher que vive um propósito, com um sentido de direção, com um objetivo na vida.
As energias criativas para a autoexpressão através de cada indivíduo respondem ao seu intento ou a sua falta de propósito.
Sem propósito, sem objetivo, uma pessoa se encontra, na maioria das vezes, andando à toa, em torno de si mesma, sem realizar nada na vida, esperando ou orando vagamente para que a sorte, alguma pessoa ou algum acontecimento a empurre para uma direção razoavelmente construtiva.
Como diz William Shakespeare:
“Se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.”
Desde que a pessoa não tenha um propósito próprio, um objetivo definido, ela se sente deslocada neste universo ostensivo, e, inúmeras vezes, olha invejosamente para aqueles que sabem para onde vão e acreditam no que estão fazendo.
“TRABALHE COM ENTUSIASMO E ALEGRIA e o próprio trabalho trará, com seus resultados positivos, a solução de todas as suas dificuldades. Procure gostar do trabalho e das pessoas que estão perto de você, procure fazer aquilo que cabe a você fazer, e dentro de pouco tempo terá a alegria morando no seu coração” (C. Torres Pastorino).
“É dom de Deus que possa o homem comer, beber, e desfrutar o bem de todo o seu trabalho” (Eclesiastes).
Sobre os felizes
“Existem pessoas admiráveis andando em passos firmes ao nosso redor. Grandes homens, grandes mulheres, sujeitos exemplares que superam toda desesperança. Tenho a sorte de conhecer vários deles, de ter muitos como amigos, e costumo observar suas ações com dedicada atenção.
Tento compreender como conseguem levar a vida de maneira tão superior à maioria; busco onde está o mistério. Tento ler seus gestos e aprendo muito com eles. De tanto observar, consegui descobrir alguns pontos em comum entre todos, e o que mais me impressiona é que são felizes.
A felicidade, essa meta por vezes impossível, é parte deles, está intrínseca. Vivem um dia após o outro desfrutando de uma alegria genuína, leve, discreta, plantada na alma como uma árvore de raízes que força nenhuma consegue arrancar.
Dos felizes que conheço, nenhum leva uma vida perfeita: não são famosos, nenhum é milionário, alguns vivem com muito pouco, inclusive. Nenhum tem saúde impecável, ou uma família sem problemas. Todos enfrentam e enfrentaram dissabores de várias ordens, mas continuam discretamente felizes.
O primeiro hábito que eles têm em comum é a generosidade. Mais que isso: eles têm prazer em ajudar, dividir, doar. Ajudam com um sorriso imenso no rosto, com desejo verdadeiro, e sentem-se bem o suficiente para nunca relembrar ou cobrar o que foi feito e jamais pedir algo em troca.
Os felizes costumam oferecer ajuda antes que se peça. Ficam inquietos com a dor do outro, querem colaborar de alguma maneira. São sensíveis e identificam as necessidades alheias mesmo antes de receber qualquer pedido.
Os felizes, sobretudo, doam o próprio tempo, suas horas de vida, às vezes dividem o que têm, mesmo quando é muito pouco.
Eu também observo os infelizes e já fiz a contraprova: eles costumam ser egoístas. Negam que o sentimento do próximo possa ser tão importante quanto o deles mesmos. Não gostam de ter a rotina perturbada pelo outro. São sempre os donos da razão, são acima do bem e do mal, não conseguem saborear as pequenas coisas da vida, pois são eternos insatisfeitos.
O segundo hábito notável dos felizes é a capacidade de explodir de alegria com o êxito dos outros. Os felizes vibram tanto com o sorriso alheio que parece um contágio. Eles costumam dizer: estou tão contente como se fosse comigo.
Talvez seja um segredo de felicidade, até porque os infelizes fazem o contrário. Tratam rapidamente de encontrar um defeito no júbilo do outro, ou de ignorar a boa nova que acabaram de ouvir. E seguem infelizes.
O terceiro hábito dos felizes é saber aceitar. Principalmente aceitar o outro, com todas as suas imperfeições. Sabem ouvir. Sabem opinar sem diminuir e sabem a hora de calar. Sobretudo, sabem rir do jeito de ser de seus amigos. Sorrir é uma forma sublime de dizer: amo você e todas as suas pequenas loucuras e imperfeições.
Escrevo essa crônica, grata e emocionada, relembrando o rosto dos homens e mulheres sublimes que passaram e que estão na minha vida, entoando seus nomes com a devoção de quem reza. Ainda não sou um dos felizes, mas sigo tentando. Sigo buscando aprender com eles a acender a luz genuína e perene de alegria na alma. Sigamos os felizes, pois eles sabem o caminho…”